O peixe tem fama de vilão, mas é o homem quem mata 70 milhões de
tubarões por ano — só para lhes arrancar as barbatanas — e enche de
lixo os oceanos onde eles vivem.
Sempre que um tubarão ataca um banhista, evoca-se sua condição de
grande predador dos mares. A reputação é justa, já que ele é carnívoro e
está no topo da cadeia alimentar dos oceanos. A imagem da fera que ronda as praias à espreita de humanos
desavisados para lhes mastigar os membros, porém, é falsa. Os ataques de
tubarões a mergulhadores são acidentais. Ocorrem quando eles são
confundidos com focas, tartarugas, leões-marinhos e peixes de grande
porte. Em comparação com suas presas favoritas, o ser humano tem pouca
gordura no corpo e não agrada ao paladar dos tubarões. É por isso que
suas vítimas não são devoradas — quando o ataque acaba em morte, é por
hemorragia ou afogamento.
RETRATO AMARGO: Ilustração do artista carioca Leonardo Porto premiada pelo Greenpeace: a poluição do ambiente marinho |
Prática cruel: cortar as barbatanas e lançar o tubarão mutilado ao mar
O principal objetivo dos pescadores é a retirada das
barbatanas, valiosas porque a sopa feita com elas é consumida como
iguaria na China e, em escala menor, no Japão, em Taiwan e em Singapura.
Em geral, os pescadores lanção mão de uma prática extremamente cruel na
pesca aos tubarões: capturam os animais, arrancam suas barbatanas e os
devolvem agonizantes ao oceano. Um quilo de barbatanas vale, em média, 450 dólares. A sopa, um prato
caro, é aguada, quase sem gosto e tem fibras gelatinosas que lembram os
finos fios do macarrão oriental.
Barbatanas de tubarão: a sopa é sinal de status na China, e o consumo predatório aumenta (Foto: Morrison World News) |
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